Contra "Rei de Copas", Atlético-MG decide Libertadores atrás de pedigree
Liderados por Cuca e Ronaldinho, atleticanos têm a melhor campanha e superação dentro do torneio. Tricampeão continental, o Olimpia já deixou grandes oponentes pelo caminho até a decisão que começa nesta quarta
Dassler MarquesDireto de Assunção (Paraguai)
De um lado, seis finais e três títulos de Copa Libertadores. Além de um Mundial Interclubes, duas Recopas e uma Supercopa Sul-Americana. Por isso, o Olimpia é chamado Rey de Copas, um clube ao qual o Atlético-MG já está credenciado a entrar. Nesta quarta-feira, o mítico Estádio Defensores Del Chaco, em Assunção, recebe os atleticanos para a primeira decisão de Libertadores em sua história. A chance de conquistar, enfim, seu pedigree internacional.
A equipe não chegou até seu momento mais importante em mais de 100 anos de história por uma obra do acaso. Definitivamente, não foi uma trajetória acidental. Cuca, com o Cruzeiro, foi o melhor da fase de grupos na Libertadores 2011, mas caiu nas oitavas. Trocou de equipe e, com o Atlético-MG, somou dois títulos estaduais, um vice-campeonato brasileiro após 13 anos e repetiu a dose em seu retorno ao torneio continental.
Melhor campanha da Libertadores 2013, o Atlético-MG está pronto para pôr fim à maldição de que o campeão do torneio não é o de melhor trajetória. Ronaldinho conduziu um time avassalador até as quartas de final. Já nas últimas duas eliminatórias, os atleticanos se reinventaram com mais alma que qualquer outra coisa. Sinal de que é possível repetir o River Plate, único campeão dos últimos 25 anos a ter acabado a fase de grupos em primeiro.
Os sinais que o destino tem enviado também servem de inspiração para o talentoso Cuca, em busca de seu primeiro título importante. Houve o pênalti defendido por Victor contra o Tijuana-MEX, nas quartas de final, nos acréscimos. Diante do Newell’s, um apagão do Estádio Independência no momento mais duro ajudou o Atlético-MG a se reorganizar. No desempate, os atleticanos perderam dois pênaltis, mas ainda assim avançaram por 3 a 2.
Por todo esse contexto positivo, as derrotas de bastidores dos últimos dias não foram absorvidas com tristeza pelo Atlético-MG. Não foi possível fazer o reconhecimento do Estádio Defensores Del Chaco, e a finalíssima será jogada no Mineirão, e não no Independência. “Vamos fazer a maior festa da história do futebol brasileiro”, declarou o presidente Alexandre Kalil ao Terra.
Olimpia também tem campanha de respeito na Libertadores
Com seis finais no currículo, o Olimpia-PAR avançou até a sétima com uma campanha também arrebatadora. Por um grupo com Newell’s e Universidad de Chile, passou com 13 pontos, terceiro melhor no geral. Na fase de mata-mata, deixou para trás o Tigre-ARG, vice da Sul-Americana, e Fluminense e Santa Fé-COL, campeões em seus países nos últimos anos. Sempre com vantagem no saldo de gols.
A expectativa dos paraguaios é repetir a semifinal, quando abriu vantagem de 2 a 0 sobre o Santa Fé-COL e segurou a classificação fora de casa. Por isso, apesar de cinco defensores e quatro meio-campistas, provavelmente, o Olimpia-PAR terá a iniciativa do confronto.
Os últimos dias foram marcados por treinos fechados, mas o time titular do treinador Ever Hugo Almeida deve ter: Martín Silva; Mazacotte, Manzur, Miranda, Candía e Benítez; Pittoni, Aranda e Silva; Salgueiro; Bareiro.
O Atlético-MG vai com: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Réver e Richarlyson; Josué e Pierre; Diego Tardelli, Ronaldinho e Luan (Rosinei); Jô.Saiba Mais