Gustavo Franceschini e Mauricio Duarte
Do UOL, em São Paulo
A decisão da Recopa, nesta quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no Pacaembu, será determinante para o resto da temporada de Corinthians e São Paulo. Ambas as equipes vivem momentos questionáveis e entram em campo para tentar exorcizar seus fantasmas. Nada melhor do que conseguir um título em cima de rival tradicional. É com essa motivação que os dois times encaram o jogo.
O São Paulo vive notoriamente um momento pior. A equipe não vence há oito jogos, trocou de técnico recentemente e sofre com protestos da torcida. O Corinthians não está nesse estágio, por conta da credibilidade adquirida principalmente com as conquistas da Libertadores e Mundial de 2012. No entanto, o time não está bem no Campeonato Brasileiro e a torcida já começa a dar sinais de insatisfação. O clássico desta quarta pode potencializar tudo isso.
“Vencer vai mudar muita coisa, trazer a torcida de volta para o nosso lado, a confiança ressurgir. Ganhar título em cima do Corinthians, todos sabem que vai melhorar muito o ambiente. Se não vencer a pressão vai aumentar ainda mais, ainda mais um rival como o Corinthians, chega uma hora que tem que dizer chega”, resumiu o atacante são-paulino Osvaldo.
Tite também se mostrou alerta para o que pode acontecer caso o Corinthians não saia campeão. “Disputa de título, todos fazem jogo que tem possibilidades. Traz consequências”, admitiu, para depois lembrar da dificuldade que teve para passar pelo rival na semifinal do Paulista. “Vou repetir porque temos de ser justos. Jogo mais difícil entre Boca que empatamos, dois jogos contra o Santos, jogo contra a Ponte e contra o São Paulo, foi o mais difícil com o Ney, indo para os pênaltis. É a mesma equipe. Às vezes as pessoas não lembram, eu lembro”.
No Corinthians, Alexandre Pato não deve ser titular. Nesta terça-feira, Tite comandou um treinamento e deixou o atacante fora do provável time para a decisão. Emerson e Danilo, que não atuaram nas últimas partidas, treinaram normalmente e estão confirmados. O camisa número 20 volta a equipe na vaga que foi ocupada por Ibson na última rodada do Campeonato Brasileiro, quando o time foi derrotado pelo Atlético-MG. Douglas e Renato Augusto, que também estavam fora, treinaram normalmente, mas devem ficar apenas como opção.
O São Paulo espera contar com a volta do meia Jadson, que, com dores no tornozelo, será avaliado antes da partida. O volante Denilson está recuperado e apto para jogar. O atacante Luis Fabiano, que cumpriu suspensão pelo Brasileiro, está confirmado para a partida. Os defensores Rafael Tolói e Douglas também foram liberados pelo departamento médico.
O lateral esquerdo Clemente Rodriguez, suspenso pela Conmebol, está fora, assim como o zagueiro Rhodolfo, que negocia sua saída do clube. Ambos não foram relacionados para a partida.
O Corinthians venceu o primeiro jogo no Morumbi por 2 a 1. Agora as equipes se preparam para a segunda partida da final, marcada para o dia 17 de julho, no Estádio do Pacaembu, novamente às 21h50 (de Brasília). Um empate dá o título ao Corinthians, enquanto uma vitória são-paulina por um gol de diferença leva o jogo para a prorrogação. Não há o critério de gol fora.
FICHA TÉCNICA – CORINTHIANS X SÃO PAULO
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 17/07/2013
Horário: 21h50
Árbitro: Paulo César de Oliveira
Assistentes: Marcio Santiago e Fabricio Vilarinho
CORINTHIANS: Cássio, Edenilson, Paulo André, Gil e Fabio Santos; Ralf, Guilherme, Romarinho e Danilo; Emerson e Guerreiro. Técnico: Tite
SÃO PAULO: Rogério Ceni, Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Juan; Wellington, Denilson, Jadson e Ganso; Osvaldo e Luis Fabiano.
Técnico: Paulo Autuori
Lucas Tieppo
Do UOL,17/07/2013 - 12:46 em São Paulo* Atlético-MG, de Ronaldinho, gasta quase quatro vezes mais que o Olimpia, de Bareiro
Já não é novidade que o futebol brasileiro é o mais forte em termos econômicos no futebol sul-americano. O duelo entre Olimpia, do Paraguai, e Atlético-MG na final da Copa Libertadores deste ano consegue deixar ainda mais clara a disparidade financeira entre as equipes. Enquanto o Galo gasta R$ 4 milhões por mês para bancar o seu elenco estrelado, a equipe paraguaia arca todos os custos com apenas R$ 1,1 milhão.
Somente com o salário do meia Ronaldinho Gaúcho, de cerca de R$ 900 mil – o maior do elenco mineiro -, seria possível pagar quase todo o elenco do rival da final desta quarta-feira, no Defensores del Chaco, às 21h50. Se somarmos os rendimentos de Diego Tardelli (R$ 350 mil) aos do meia, já seria suficiente para tirar a diretoria do Olimpia do sufoco no início de cada mês.
O quarteto ofensivo do Atlético-MG, formado também por Jô e Bernard, que têm salários mais modestos (R$ 150 mil cada um), custa R$ 1,55 milhão por mês ao bolso do presidente Alexandre Kalil.
Para arcar com os elevados custos do elenco, o Atlético-MG conta com o apoio do Banco BMG, patrocinador máster do time há seis anos e que pagou cerca de R$ 13 milhões para ter sua marca na camisa alvinegra neste ano, e com cerca de R$ 60 milhões pagos pela TV Globo pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, entre outas receitas milionárias.
Já o Olimpia se vira como pode para cumprir suas obrigações e ainda assim não consegue. Com rendas menores de publicidade e televisão, o clube conta com a ajuda de sócios e torcedores que fazem doações, segundo o repórter Guillermo Caballero, da rádio Cardinal, de Assunção.
Ainda assim, o clube deve atualmente dois meses de salário e a premiação pela classificação à final da Libertadores. O cenário parece ruim, mas já foi muito pior. A diretoria chegou a dever nove meses de salários aos jogadores.